O mar lima-te os vértices de um rosto sereno e experiente,
As praias são arestas da tua pele dourada e fina,
As paisagens formam ângulos infinitos impossíveis de enquadrar,
E a soma das tuas partes equivale a um paraíso incalculável.
O sol é substantivo comum em todas as tuas descrições,
As tuas falésias impõem predicados em monólogos do poente,
As gaivotas clamam por onomatopeias que o mar teima em sobrescrever,
E tu és sujeito preenchido por encantados adjectivos
Que o Maravilhoso resgata sem saber.
Não és de todo matemática,
Nem decerto gramática.
És maravilha de um povo,
Que te chama assim:
Porto Covo!
Hugo Figueiredo ‘2010